Rumo da informática no Brasil
Esta lendo um texto em um dos blogs que assino, e vale a pena ler por completo este texto, sem comentários.
--------------------
Mensagem quase póstuma - o começo do fim
Vejo com enorme preocupação os rumos da informática brasileira. Não estou falando da informática no Brasil. Esta vai bem.
Me refiro ao desenvolvimento nacional. Ao domínio do conhecimento pelo país. Ao domínio da tecnologia para fabricar "bananada". A existência de uma indústria brasileira que produza inovação e que seja um partícipe de fato deste mundo globalizado. Uma exportadora de conhecimento e não uma exportadora de materia prima e importadora de conhecimento.
São tão controversas as "meta mensagens" que recebemos, que o resultado que vem a galope não poderia ser outro: um desestímulo completo do mercado profissional, com a migração em massa de profissionais experientes para outras áreas e a falta de renovação pela não escolha da carreira entre os nossos jovens.
Poderia discorrer sobre mil explicações a respeito. A começar pela dicotomia de discurso do governo, que por um lado diz que somos prioridade da indústria nacional, e por outro, nos trata como um segmento "rico", capazes de arcar sozinhos com todos os riscos da inovação. Ai de nós se não inovarmos! No entanto, somos categorizados como serviços, com as mesmas regras e carga tributária de um prestador de serviço de limpeza geral. Qual o percentual de P&D que eles aplicam? Nossa culpa? Somos vistos cada qual como uma Microsoft em potencial, sem nunca ter sido.
Leio agora estupefato que a saída do Brasil é exportar outsourcing. Nada contra quem faz outsourcing. Mas, será possível que estamos fadados a ser os fornecedores de banana para todo o sempre? É simples: nossos profissionais serão contratados para programar componentes pelo menor preço possível, que serão transformados em um software, que por sua vez será adotado pelas empresas daqui, com propriedade do contratante de lá, pelo preço que já conhecemos. Segundo o estudo, se tudo correr bem, nossa participação neste mercado de outsourcing deverá estar madura daqui a cinco anos.
Acorda Brasil! Acorda MCT! Não precisamos que o governo nos ajude a nos capacitar, entendido como política de incentivo. Basta de achismos que o nosso problema é capacitação técnica. Precisamos que o governo nos ajude a desenvolver inovação. É simples: comprem o nosso software. Ele é muito bom. Aliás, ele é muito melhor que muitos de fora implantados por aqui. O problema é que nem o governo acredita nisto. Por quê? Porque ele é como a imensa maioria dos consumidores: querem o líder, o que domina o mercado. Não são visionários. Arriscar? Para quê?
Temos culpa no cartório. Não sabemos fazer marketing de tecnologia. Tal qual a ginástica olímpica, temos tudo para brilhar mas precisamos urgentemente aprender a "marketear". A ginástica trouxe os seus técnicos. Precisamos do marketing como os outros países precisam de técnicos de futebol.
Cinco ou seis empresas que, juntas, faturam mais que algumas centenas de milhões de reais, se uniram e vão sensibilizar o governo de que são o único caminho do Brasil para o sucesso na exportação de... Justamente isto, na exportação de nossa cada vez mais escassa "matéria prima". Estas empresas querem o apoio financeiro do governo para criar uma imagem positiva da mão-de-obra brasileira. Eles não precisam de inovação. Mas uma ajuda para capacitação será sempre bem vinda.
E as nossas mais de cinco mil empresas? Chega de rodeios.
Nossos governantes devem responder de uma vez por todas a uma simples pergunta: os senhores querem que exista uma indústria nacional?
Se sim, então nos ouçam, pelo menos uma vez. Já, antes que seja tarde demais.
Apostar em capacitação é apostar na banana. Apostar em inovação é apostar na bananada.
Brasil, faça a sua escolha!
Ilan Goldman
Empreendedor
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home